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Ases segundo o Combat Flight Simulator 2 no teatro do Pacífico

Pilotos japoneses (por número de vitórias aproximadas)

Fonte: Manual do Combat Flight Simulator 2 (pp 191-206)

Os pilotos japoneses aparecem primeiro no manual, para depois aparecerem os americanos. Mantivemos a ordem da nacionalidade, mas os pilotos foram ordenados em ordem decrescente de vitórias. As idades são aproximadas, apenas o ano da morte e de nascimento foram levadas em conta, para ilustrar a frase de Saburo Sakai, na página 200.

Hiroyoshi Nishizawa (1920-1944) - 86 vitórias, morreu aos 24 anos
Tetsuzo Iwamoto (1916-1955) - 80 vitórias, morreu aos 39 anos
Saburo Sakai (1916-2000) - 64 vitórias, aos 89 anos
"Eu tenho um santuário e rezo pelos pilotos: muitos deles não deveriam ter morrido tão jovens. Aqueles que morreram foram recompensados, mas os sobreviventes não foram reconhecidos." (em abril/2000 - enquanto trabalhava como consultor para a Microsoft)
Toshio Ota (1919-1942) - 34 vitórias, aos 23 anos
Kineyoshi Muto (1916-1945) - 30 vitórias, 29 anos
Shoichi Suguita (1924-1945) - 30 vitórias, 21 anos
Junichi Sasai (1918-1942) - 27 vitórias, 24 anos
Shigeo Nango (1917-1944) - 15 vitórias, 27 anos

Lista complementar de ases japoneses no Wikipedia

Pilotos norte-americanos (por número de vitórias aproximadas)

Richard Ira Bong (1920-1945) - 40 vitórias, 25 anos
Thomas McGuire (1920-1944) - 38 vitórias, 24 anos
David McCampbell (1910-1996) - 34 vitórias, 86 anos
Gregory "Pappy" Boyington (1912-1988) - 28 vitórias, 76 anos
Joseph Jacob "Joe" Foss (1915-2003) - 26 vitórias, 88 anos
Marion Eugene Carl (1915-1998) - 18.5 vitórias, 73 anos
Edward "Butch" O'Hore (1914-1943) - 7 vitórias, 29 anos

Lista complementar de ases americanos no acepilots.com


Mentalidade japonesa

A lógica da mentalidade militar japonesa à época da guerra era que os aviões deveriam ser leves, manobráveis, rápidos e bons no ataque. A filosofia japonesa desprezava a morte pois as almas de guerreiros repousariam no glorioso templo de Yasukuni, junto com os espíritos de outros guerreiros, sendo reverenciados pelo povo. Assim, a blindagem e a proteção dos pilotos havia sido relegado a segundo plano. Essa política seria fatal no médio e longo prazo.

Mentalidade americana

Pelo contrário, os norte-americanos privilegiavam a blindagem, paraquedas e outros itens de segurança, fazendo com que a sobrevivência do piloto para posterior volta a combate fosse prioridade. Os americanos contavam com tanques autovedantes que evitavam que o avião pegasse fogo. Os aviões japoneses, sem essa proteção, acabavam por pegar fogo ou desintegrar-se sob o armamento mais pesado dos adversários.

A Batalha de Iwo Jima

A Batalha de Iwo Jima

Filmes perdidos da II Guerra Mundial


20 de janeiro de 1945 - Roosevelt inicia seu 4o mandato

Washington
Faço o juramento solene na presença de meus colegas compatriotas e na presença de Deus. E sei que a finalidade americana é nunca falhar. FD Roosevelt
O presidente americano entrava no 4o. mandato de Roosevelt. Nos três anos anteriores havia liderado seu país em uma guerra gigantesca. Seu aspecto era de preocupação e desgaste quando discursou para a multidão e em breve morreria.

Na frente do Pacífico, os americanos seguem o plano de MacArthur de tomar ilha por ilha em direção ao Japão. Quanto maior o avanço, mais resistência encontravam, fazendo crescer as baixas americanas.

Janeiro de 1945 - Ilhas Marianas

O plano americano consistia em transformar as Marianas em aeródromos que suportariam reides aéreos contra o Japão. Tinian, Saipan e Guam sediam a 20a Força Aérea com seus 100 novos B-29 (as Superfortalezas voadoras), o mesmo avião que levaria a Bomba de Hiroshima e Nagazaki meses depois.

As Marianas estavam a cerca de 2.400 km de distância das principais cidades japonesas civis e industriais, e as B29 se expunham cerca de 15-18 horas em território hostil, que faziam um trajeto de 4.800 km ida e volta. Não havia caças americanos que pudessem cobrir essa distância, e eles iam sem escolta.

Muitos bombardeiros eram perdidos em razão disso.

Iwo Jima (a Ilha do Enxofre)

Iwo Jima é uma ilha com vulcão que emite enxofre na atmosfera. Tem apenas 21 km2 e fica a 625 km ao norte de Saipan, de onde partiam as superfortalezas. Ficava a apenas 660 km da ilha de Honshu (principal ilha do Japão).

A base de radar japonesa de Iwo Jima avisava a Tóquio sempre que avistava os bombardeiros americanos a caminho do Japão. Caças japoneses baseados na ilha interceptavam os bombardeiros causando baixas. 

A partir de Iwo Jima, os americanos seriam capazes de lançar caças de escolta para as suas aeronaves, o que fazia da ilha um ponto estratégico.

Distante 750 km de Tóquio, Iwo Jima poderia se tornar uma base de apoio para aviões, tropas e submarinos norte-americanos.

Força Tarefa 51 - 1o de fevereiro de 1945

Em 14 de fevereiro de 1945 a Força Tarefa 51 inicia uma jornada norte-americana de dois dias e meio através do Pacífico até Iwo Jima. 

A Força Tarefa 51 era composta de 485 embarcações, o 5o Corpo Anfíbio de Fuzileiros com 3 divisões (total de 80.000 fuzileiros) que compunham os marines mais bem treinados e testados até então. Nunca se havia movimentado um tão grande número de combatentes em uma única operação de desembarque até então.

O terreno de Iwo Jima favorável à defesa

Iwo Jima se mostrava favorável à defesa. Os defensores contavam com o Monte Suribachi (na ponta sul com 180 metros de altura) que dominava a área da praia que dava acesso à ilha. Estava cheia de fissuras e cavernas que espeliam enxofre. Eram condições duras para os defensores e atacantes.

Por mais de dois anos, os militares japoneses escavaram uma rede de túneis no monte, nas rochas vulcânicas formando bunkers, trincheiras e postos de observação. Foram formados estoques de munição nas cavernas escavadas. Os americanos acreditavam que as defesas japoneses contavam com não mais que 13 mil soldados, a contar pelas cisternas de água potável que estavam visíveis.

Já os fuzileiros esperavam entrar em luta com 26 mil tropas japonesas envolvidas na defesa da Ilha.

16 de fevereiro de 1945

As tropas anfíbias dos Fuzileiros chegam às costas de Iwo Jima. Após as defesas japonesas terem sido submetidos a 10 dias de intensos bombardeios, esperava-se ter destruído as artilharias e posições defensivas do inimigo. Mas, outros oficiais acreditavam que isso teria feito a defesa se esconder ainda mais. Foi solicitado ao Comando mais 10 dias adicionais de bombardeios contra a Ilha.

O almirante Spruance Raymond, comandante da 5a Frota da Marinha, sem munições e nem tempo disponível (precisava avançar mais em outras operações logo após tomar Iwo Jima), concedeu mais 3 dias de bombardeios, pois caso contrário iriam faltar recursos para a invasão de Okinawa.

Bob Hansen, Cia A, comandante de batalhão, declara-se com moral elevada frente ao que assistia à sua frente, os japoneses sendo bombardeados por mais três dias. Nos próximos 3 dias, 6 couraçados, 5 cruzadores e vários destróiers bombardeiam a ilha sem piedade.

A artilharia localizou 700 posições inimigas, mas não havia tempo hábil para bombardear todas elas.

Os relatórios afirmam que os resultados do bombardeio foram insatisfatórios. Mesmo assim, o Major-general Harry Schmidt, comandante do 5o Corpo Anfíbio de Fuzileiros afirma que a Ilha seria tomada em 10 dias. Poucos são otimistas como ele.

Dia D em Iwo Jima - 19 de fevereiro de 1945

Entre o horário de 06:40-08:05 a Força Tarefa 54 bombardeia a Ilha. Após o bombardeio, lanchas de desembarque iniciam as operações. Veículos de assalto são lançados às 08:05 em direção à Praia Negra, no sopé do Monte Suribachi.

As condições de desembarque eram tremendamente desfavoráveis.
Os veteranos sabiam que a chance de sobreviver ali é quase nenhuma. Merda, beleza, aquela ilha é muito pequena e a praia é muito rasa. Não tem lugar para se esconder. (Herman Rabeck - Cia HQ).
A caminho da praia, dava para sentir o clima, a mudança de humor dos homens. Não era um exercício de desembarque, esta coisa é real. (Bob Hansen, Cia A - comandante de batalhão).  

09:20 do Dia D

O 28o Regimento de Fuzileiros consegue desembarcar na Praia Verde.
O 27o Regimento de Fuzileiros consegue desembarcar na Praia Vermelha
O 23o Regimento de Fuzileiros consegue desembarcar na Praia Amarela
O 25o Regimento de Fuzileiros consegue desembarcar na Praia Azul

Em poucos minutos, mais de 6.000 marines estão no solo. Os veículos chegam às praias, que estão entupidas com veículos e equipamentos. O deslocamento é dificultado pelo engarrafamento.

10:00 do Dia D

Neste momento a artilharia oculta, morteiros, foguetes e armas antitanque são postos em ação só na praia de desembarque. Tudo era atingido, depósitos de combustível e munição, veículos e equipamentos, hospitais de campanha. Nada foi poupado pelos japoneses. O caos entre as forças invasoras era total.  

A imobilidade dos fuzileiros era total, não se sabia o que fazer naquele momento, não conseguiam se mover de suas posições, totalmente desorientados. Ficar nas praias cheirando enxofre venenoso com o rosto junto ao pó negro e muito quente era uma situação inquietante. 

Os navios e os caças-bombardeiros tentavam atingir os defensores, dando apoio às tropas desembarcadas.
Nós chegamos e rapidamente percebemos que os homens que desembarcaram pouco antes de nós haviam sido trucidados. Eu olhei para cima e vi um monte de corpos empilhados na frente de uma trincheira japonesa. (Herman Bareck - Cia HQ - 3o Batalhão)
Ao fim do dia o 5o Batalhão Anfíbio contabilizava 2.500 baixas. Do objetivo inicial traçado para o desembarque, cerca de metade foi atingido. Entretanto, no primeiro dia 30.000 fuzileiros e 6 batalhões de artilharia, 2 batalhões de tanques e 6 regimentos de infantaria já estavam em terra.

20 de fevereiro de 1945 (D+1)

Aeródromo 1. O 13o Regimento de Fuzileiros e quatro batalhões de artilharia estão executando o ataque. A 4a e 5a divisão de fuzileiros avançam para atingir o objetivo principal, o Aeródromo 1. O bombardeio de preparação havia dizimado toda a vegetação e não havia lugar para esconder, somente um descampado cheio de pedras e planície cinzenta.
Um fuzileiro na minha frente foi atingido na perna quando passou por metralhadoras. Quando eu fui resgatá-lo, esses FDP abriram fogo sobre nós. Tive que me deitar sobre os órgãos daquele cara para me proteger. (Herman Rabeck)
As defesas japonesas estavam em abrigos fortificados por concreto e bem camuflados. As vantagens eram deles, enquanto ois fuzileiros estavam no chão e os navios estavam sem poder ajudar, e os japoneses sabiam disso e manipularam as circunstâncias do terreno, tirando vantagem em cada passo do combate.

As próximas horas do Regimento 23 seriam brutais. A tomada do Aeródromo 1 levaria 1.600 horas.

Enquanto isso, o Regimento 28 continua sua subida pelo monte Suribachi. A cada posição atacada os japoneses recuavam para outra, através de trincheiras e uma série de túneis apertados e complexos subterrâneos. Ao descobrirem os buracos, os fuzileiros eram mortos. Os japoneses aguardavam para matar.

Zippo era o apelido de um tanque lançador de chamas, que eram usados para queimar os defensores ainda nos buracos. A manobra de tanques era difícil naquele terreno desfavorável. A tomada teria que ser feita pelos fuzileiros, as máquinas não ajudariam tanto.

Major General Harry Smith, comandante dos Marines envia regimentos de reserva para a 3a Divisão de fuzileiros. Seu otimismo não parecia encontrar eco nas circunstâncias atuais. 

21 de fevereiro de 1945 (16:30)

A Força Tarefa 52.2 localiza grande formação aérea japonesa a caminho. Eram pilotos da divisão Tokko Tai (kamikazes). 

O Porta-aviões USS Saratoga lança seis caças às 16:50  para interceptar a formação inimiga.

Os kamikazes iniciam os ataques suicidas. As baterias anti-aéreas e o apoio aéreo americanos abrem fogo contra eles.

Vários aviões japoneses se espatifam no mar, atingidos pela barragem de aço e fogo.

Intensos combates entre caças e aviões são registrados. Os aviões japoneses estão desatualizados e sucumbem aos modernos caças americanos. O combate dura 120 minutos. 

Navios da Frota que foram atingidos se encontram em chamas.

O porta-aviões de escolta Bismark Sea afundou. Mais 3 embarcações foram danificadas de forma crítica e cerca de 300 homens foram mortos, enquanto nas outras embarcações os bombeiros fazem o combate às chamas.

23 de fevereiro de 1945 (D+4)

Monte Suribachi. Impotentes, os artilheiros dos navios vislumbram apenas a fumaça e ouvem os sons de combate da ilha, inalcançável a eles. O fogo poderia causar danos colaterais às suas próprias tropas de desembarque. Observam de longe apenas a ação de caças-bombardeiros que tentam dar apoio às tropas desembarcadas e em combate feroz.

Todos os binóculos disponíveis estão atentos e focados ansiosos na área de combate.

24 de fevereiro de 1945 (D+5)

O tenente Harold G. Schrier da Cia E do Batalhão 28 dos fuzileiros recebe ordens para liderar uma patrulha que subirá o Monte Suribachi. A missão dele é tomar o cume. Subindo pelas rochas e trincheiras, os navios ficam em silêncio. Foi dada a ordem de cessar-fogo contra o monte. Ao chegarem ao topo, o esquadrão de 40 homens se move rapidamente. Schrier puxa uma bandeira americana de dentro de sua jaqueta enquanto outros homens procuram um tubo de ferro para fincar a madeira. 
Alguém gritou: "Olha ali, nossa bandeira no topo do Monte!", e eu olhei para cima. E lá estava. Foi um impulso na moral de todos. O Monte Suribachi era a peça fundamental e todos nós nas praias podíamos ver aqueles caras lá em cima. (Bob Hansen)
O efeito da bandeira americana tremulando acima do Monte teve um efeito eletrizante nas tropas. Pela primeira vez uma bandeira americana era levantada sobre território japonês. Os gritos e o coro dos navios que acionavam suas buzinas marcava a alegria naqueles homens. 

A alegria durou pouco. Imediatamente após a bandeira ser fincada, surgiram combatentes japoneses de buracos e a luta voltou ali mesmo, no topo do Monte. Duas horas levou até que reforços chegassem ao topo.  Outra bandeira, agora maior, é fincada e registrada pelo sargento Bill Genaust e um fotógrafo da Associated Press chamado Joe Rosenthal. Essa imagem tornou-se um poderoso símbolo do esforço de guerra americano: "A Conquista da Honra".

Em Washington

O presidente Roosevelt ordena aos responsáveis pela ação que retornem ao país. Mas dos 6 homens que levantaram a bandeira, 3 estavam mortos e o cinegrafista que filmou a ação também morrera. Os sobreviventes eram James Bradley (marinheiro), René Gagnon e Ira Hayes (fuzileiros). Eles partiram em viagem pelo país discursando ajudando no esforço de guerra. Mas eles queriam voltar para combater, era o que demonstravam em alguns de seus discursos.

Em Iwo Jima

O comandante Harry Schmidt reafirma sua posição otimista de tomar Iwo Jima em 10 dias aos jornalistas. 
Eu disse na semana passada que levaria 10 dias. E eu não mudei a mia ideia.


24 de fevereiro de 1945 (D+5)

No sexto dia da invasão, os americanos controlam 40 por cento da Ilha. O Aeródromo 2 seria alvo de uma campanha maciça com divisões mecanizadas, tentando abreviar o combate. Foi a maior concentração de tanques da marinha usada durante a Guerra. 

Os japoneses haviam se preparado para isso minando o terreno em volta do Aeródromo 2 e aumentaram as defesas com armas anti-tanque. Mais uma vez, não serão o aço, mas a carne e o sangue a ser empregado para tomar o último objetivo da batalha.

Ao fim do dia, faltavam 480 metros para o aeroporto. As baixas americanas e japonesas são altas. Corpos fumegantes jazem nas trincheiras e em vários cenários de luta. Outros jazem esmagados sob os veículos. Lágrimas de tristeza correm sobre a sujeira formando caminhos que parecem rios negros nos rostos de vários combatentes. A tragédia em ambos os lados é imensa.

Médicos e enfermeiros correm ao socorro dos feridos. Os mortos são deixados até chegar a um momento oportuno para serem movidos. São cobertos com ponchos. 
Os mortos foram deixados no mesmo lugar onde foram atingidos até que fosse seguro removê-los. Então os cobríamos com ponchos. Tinha um fuzileiro com a perna de fora. E quando eu a puxei, a perna saiu do corpo.  E eu fiquei mal por isso. (Bob Hansen)
Enquanto isso, o Aeródromo 1 está sendo reparado por engenheiros ao Sul. O #2 se localiza entre o Suribachi e o #2. Agora é possível receber aviões RD4 para evacuação rápida dos feridos, que estão acomodados com os ferimentos enfaixados, enquanto moscas passeiam sobre os curativos que vazam sangue dos inconscientes.

O destino dos pilotos, com exaustivas 10 horas de voo, era a ilha de Guam, onde ficavam os hospitais aliados, pois sem esses cuidados, muitos fuzileiros teriam morrido sem tratamento adequado na ilha. 

03 de março de 1945 (D+13)

Aeródromo 1 - após 13 dias de combate, os americanos recebem um B-29 que retornava de Tóquio para Guam após um reide aéreo. Severamente danificado, a superfortaleza teria caído no mar, não fosse a presença americana na ilha. Era a primeira recompensa pela tomada da ilha.

As superfortfalezas, apelidadas de "Dina Might", encontravam agora, quando danificados, um abrigo para pousos de emergência. Elas são reparadas e então são rapidamente postas para voltar para suas bases de origem.

09 de março de 1945 (D+19)

Curtis Lemay, Comandante Geral do 21o Comando de Bombardeiros toma uma decisão que muda toda a dinâmica da guerra no Pacífico. As correntes de ar s 9.150 metros de altitude chegam a 200 km/h e as dificuldades sobre os céus japoneses são imensas, o que acarretam diversos e sérios problemas mecânicos. 

Os voos a baixa atitude são melhores, mas expõem as aeronaves às armas antiaéreas japonesas. Então Lemay decide tentar ataques noturnos a baixa atitude contra o Japão. Uma frota de 334 B29 voando a 1.524 metros realizam um ataque de grande sucesso com bombas nalpam (incendiárias). Mais de 250 mil dessas bombas são jogadas sobre Tóquio. 

Outras cidades são atacadas de noite, causando pelo menos 50 mil mortes de civis em cidades japonesas. 

Nesse tipo de ataque traz um resultado devastador contra os japoneses, mas cobra seu preço: a escolta de caças se tornaria indispensável.

Mas mesmo depois de 13 dias, as tropas continuam sua luta, enquanto a resistência japonesa se aguenta como pode. Os últimos bolsões de resistência caem uma a uma, caverna a caverna. Os defensores agora se concentram ao norte, onde ocorrem combates infernais.

Agora os fuzileiros controlam a maior parte da Ilha. 

Kitano Point

Os bolsões de resistência restantes estão nos cumes e em cavernas com vista para o mar. Mas a rendição não ocorre. Os combatentes capturados visivelmente estão abalados, rostos encovados e em estado de choque, com olhos aprofundados pelas situações que vivenciaram. 

26 de março de 1945

Quase 300 japoneses sobrevivem e partem para o ataque final suicida. Os japoneses atacaram o Aeródromo 1 à noite, surpreendendo a guarnição. Morreram mais de 100 americanos. O estado dos soldados japoneses era miserável. Roupas rasgadas, vestiam trapos e estavam bastante emagrecidos. 200 japoneses morreram nesse ataque suicida pelos soldados do 7o. Comando de Pilotos do Exército. 5 dos atacantes sobreviveram, foram capturados com vida.

Naquela manhã é anunciada a ocupação e a captura completa de Iwo Jima. Foram 36 dias de combate intenso, muito além dos 10 dias inicialmente suposto pelo general Shmidt. 

Baixas americanas: 28.686 incluindo 6.821 marines.
Baixas japonesas: 20.000 mortos, aproximadamente.

Iwo Jima foi o primeiro combate em que os americanos sofreram mais baixas que o inimigo. 
No cemitério, os capelães não param de colocar os corpos nos sacos e orar. Então passam para o próximo, o próximo e o próximo. (Bob Hansen)
04 de abril de 1945 os fuzileiros ajudam o 147o Revimento de Infantaria nas operações de varredura e eliminação da resistência inimiga. Nos próximos dois meses, o 147o relata a morte de mais 1.600 japoneses. 867 foram capturados. A agonia na imagem cinematográfica no rosto de um dos capturados é visível, seus olhos estão vazios e distantes. 

Durante o resto da guerra, apenas 10 missões de escolta foram enviadas de Iwo Jima. Sua ajuda é desnecessária para os B-29.  Agora, Iwo Jima serve de base de reparos para bombardeiros danificados. 

Os pousos de aparelhos danificados permitia um pouco mais seguro do que em Guam. Os tanques de combustível e outros reparos necessários e possíveis eram feitos para depois seguirem para a base principal, após os ataques ao Japão. 

A ideia dos aeroportos de emergência funcionando em emergência daria à operação em Iwo Jima a justificativa necessária para a morte de muitos soldados. 

Até o fim da guerra cerca de 2.200 B29 carregados de 25.000 homens desembarcaram na ilha. 

Para cada km2 de terra, 700 americanos pereceram. Nem mesmo nas praias da Normandia morreram tantas pessoas. 

Os homens da Cia E que tomaram o Monte Suribachi desembarcou com 235 combatentes. Receberam 70 substituições durante a batalha. Mas ela sofre 240 baixas (entre mortos e feridos) com índice de feridos maior que 100 por cento.
Em Iwo Jima, o valor incomum era uma virtude comum. (Almirante Chester Nimitz, comandante-chefe da Esquadra do Pacífico).
Estou aqui hoje fazendo um juramento solene na presença de meus colegas, compatriotas e na presença de Deus, e sei que a finalidade americana é nunca falhar. Podemos e vamos alcançar a Paz. 

Em abril de 1945 a 3a Divisão volta para Guam e a 4a Divisão volta para o Campo Maui no Havaí. A Divisão começou um intenso treinamento para a invasão do Japão, mas com o fim da guerra eles são dispensados, tendo ambas sido desativadas em 28 de dezembro de 1945. 

A 5a Divisão foi treinada como força de ocupação contra o Japão. Em fevereiro de 1946 ela foi desativada. 


Filmes Perdidos da Segunda Guerra Mundial
A Batalha de Iwo Jima

Executive Producer
Lou Reda
Scott L. Reda

Producer
Liz Reph

Director/Supervising Editor
Sammy Jackson

Editors
Lucas Abel
Tracey Connor
Sammy Jackson

Assistent Editor
Jasmeet Singh Bansal


Reflexões sobre curiosidades lidas

A ideia dos japoneses era de construir uma resistência tamanha que faria os americanos pensarem duas vezes antes de invadir o Japão. A próxima batalha seria a Invasão de Okinawa.

Ao submeter os americanos a baixas desproporcionais, os militares acreditavam poder impor certas condições à rendição.

Temos lido a opinião de algumas pessoas de que essa perspectiva de altas baixas norte-americanas frente a um inimigo que não se renderia, levaria Truman a decidir pelo uso da bomba atômica para abreviar os combates.

Outras leituras nos mostram a opinião de que os americanos estavam ficando sem tempo, e a invasão por parte da União Soviética levaria o Japão à esfera comunista, o que seria péssimo para os aliados, pois tornaria o regime de Stalin muito forte.

O uso da bomba contra duas cidades civis impediria que o Japão caísse na órbita soviética, ao mesmo tempo que pouparia milhares de soldados americanos e japoneses.

Diz-se que o Ministro da Guerra Anami não acreditava que os americanos possuíssem uma segunda bomba. A destruição de Nagazaki aparentemente fez o Gabinete tomar a decisão de cessar as hostilidades.

Nunca se falou em rendição.

Representação de Cordell Hull, secretário de Estado dos EUA

Cordell Hull apresenta representação junto aos governos do Japão e da China para que "Shangai não continue a ser o teatro das operações".

A preocupação de todos é que Shangai é concessão internacional de várias naçs , o que põe em perigo interesses norte-americanos , ingleses e franceses, entre outros, com a preocupação de "preservar vidas e propriedades americanas". O intuito é de que os conflitos não ocorram em Shangai.


O vice-almirante sir Charles Little, comandante chefe da esquadra do Extremo Oriente chegou a bordo do 'Falmouth' para avaliar a situação com o governo inglês.

 Do lado chinês, o general TsaiTingKai (ou Cai Tingkai) foi nomeado para comandar a 36ª-87ª-88ª divisões, tendo a seu dispor 125 mil soldados chineses. Os japoneses poderão evacuar Shangai se uma grande ofensiva chinesa tomar curso, o que inquieta a todos, chineses, japoneses e demais estrangeiros, o que levou os governos britânico e americano a pressionarem as partes por não continuar os combates em Shangai.

Reforços japoneses estão sendo enviados às pressas a Shangai. Condições desfavoráveis de navegação (tufão) estão retardando a chegada desses reforços pelo mar.

O jornal destacou a ação do cruzador japonês 'Izumo', de onde partiu o aparelho que derrubou um avião chinês.

Enquanto isso, a prefeitura de Shangai é bombardeada pela marinha japonesa. Os chineses estão decididos a oferecer resistência.

Registra-se o primeiro embate aéreo entre as forças oponentes. Os chineses perdem dois aparelhos  – um por combate aéreo e outro por artilharia antiaérea japonesa.

Enquanto isso, Shangai sofreu bombardeamento da artilharia chinesa e dos navios japoneses, com morte de chineses e de estrangeiros.

A força aérea chinesa em atuação no teatro de Shangai, por engano jogam bombas sobre o cruzador britânico 'Cumberland', sem no entanto atingi-lo, por terem confundido a belonave com um cruzador japonês.

O vice-almirante Hasagawa publica proclamação pela qual requisita a todos os civis chineses residentes na região norte de Shangai a evacuarem a região, principalmente nas cercanias de instalações militares chinesas, devido à "atividade provocadora dos chineses".

Tropas francesas e inglesas desembarcam em Shangai e ocupam posições estratégicas.

O Conselho de Ministros do Japão se reuniu às 22:00 em Tokio de forma extraordinária e urgente. Esperam-se gravíssimas decisões.

Fonte: OESP, 15 de agosto de 1937 - domingo. 

Comunicado do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

"Desde o início do incidente de LuKoChiau, os japoneses tem declarado repetidamente que não tinham intenção alguma de agravar a situação, porém os seus atos tem sido diamentralmente opostos aos protestos verbais. Na China do Norte, a princípio declararam-se desejosos de uma solução local. No entanto, reuniram reforços vultosos, atacaram PeiPing e Tientsin e entregaram-se a matanças e incêndios.

Estão agora dilatando as suas operações, atacando Nankon ferozmente e ameaçando a parte sul de Hopei. É este um sinal de não haver limite às suas ambições territoriais.

Em Shangai, os japoneses concordaram verbalmente com a proposta chinesa para a solução diplomática do incidente do aeródromo de HungJau. Entretanto, apesar desse ajuste enviaram elevado número de vasos de guerra, aeroplanos e fuzileiros navais, visando intimidar a China. Ao mesmo tempo fizeram exigências calculadas para afastar ou minar a defesa chinesa. Aeroplanos japoneses têm voado sobre Shangai, Hangchou, Ningpo e outras localidades, com o fim de começar as operações. Todos esses atos infringem a soberania da China e são uma violação de tratados internacionais.


A paciência da China está esgotada e o país não tem outro caminho a seguir que não seja a defesa de seu solo. Recai, pois, sobre o Japão toda a responsabilidade dos acontecimentos ulteriores".

Japão ocupa porto de Shangai

O Estado de S.Paulo, 12 de agosto de 1937 – quinta-feira.

Japão ocupa porto de Shangai

Enquanto as forças de terra entram em escaramuças ao norte da China, Shangai se encontra coalhada de naus de guerra japonesas. 4 cruzadores e 8 destróieres mais navios de guerra se encontram nessa baia (2ª esquadra). Mais quatro navios chegaram ao porto (1ª esquadra). Mais 20 navios chegam a Wosung (1ª esquadra).

Durante o dia de ontem desembarcaram 500 fuzileiros navais do Japão em Shangai.

100 mil soldados chineses se encontram a 90 quilômetros de Shangai, que está guarnecida por 16 mil soldados japoneses.

O incidente no aeródromo de Hungjau é considerado grave pelo Japão, este exige reparações dos chineses.

A chegada desses formidáveis recursos trouxe profunda inquietação aos chineses, que existe por parte do Japão uma atitude pouco conciliatória em relação à questão.

O general PaiChunHsi decidiu permanecer em Nankin. Considera-se que ele é o melhor general estrategista chinês.

No dia 17 de agosto será iniciado um exercício antiaéreo em Tokio enquanto 5 novos aeródromos militares são requeridos ao redor da cidade pelo ministro da Guerra.

Uma campanha de arrecadação do jornal 'Asahi' arrecadou 4 milhões de ienes, o suficiente para a aquisição de 60 aviões militares.

Novos desembarques japoneses


O Estado de S.Paulo, 11 de agosto de 1937 – quarta-feira.

Se ontem se noticiou o desembarque de 2 divisões japonesas ao norte da China, hoje a coisa subiu para 8 divisões.

Enquanto a aviação militar japonesa ocupa 8 aviões a bombardear cidade de Pauting perdendo uma de suas unidades, em Chan Kon Pan houve sucesso aos chineses de repelir ataques da cavalaria japonesa.

A morte de um oficial da Marinha japonesa em um aeródromo, que foi noticiado ontem, é classificado como de extrema gravidade.

Enquanto isso, o senhor Kung, em sua viagem à França, fechou um acordo em que bancos franceses fornecerão créditos à China face à ameaça japonesa.

Japoneses são retirados da China enquanto chineses são retirados da Coreia (que era uma possessão japonesa). A debandada de civis é generalizada.

Enquanto isso, reservistas japoneses são convocados de volta à ativa.

A situação é tensa demais.

Uma guerra não declarada começou

O jornal de hoje trouxe preocupantes notícias. Tropas japonesas ao norte da China já somam 45 mil homens.

Ao mesmo tempo, tropas mongóis que se somam aos milhares se concentram ao norte de Chahar e ameaçam Sulynna, a leste.

Terminou a retirada de civis japoneses de Wuchang, Hankou, Chaugsin, Kiukiang, Chantung e outras cidades ao longo do Yang Tsé. Os portos de Shangai estão lotados de japoneses em partida e os portos japoneses se encontram repletos de recém-chegados que retornaram ao Japão. O temor é que se repitam os massacres a japoneses em Tung Chew ocorridas no mês anterior.

A conferência dos chefes militares chineses prevê enquanto isso a unificação da nação chinesa e a divisão de responsabilidades da grave situação existente entre os japoneses e chineses. Chang-Kai-Chek ofereceu os créditos necessários para a empreitada. A China estava de novo unida agora contra um inimigo comum. A resistência significará guerra? Ainda não houve a declaração de guerra total entre as duas nações.

Em Nankin se reúnem centenas de aeronaves enquanto tropas nacionais chinesas se mobilizam em direção ao norte. Cerca de 30 trens se dirigem para a região norte.

Japoneses conclamam chineses a se unirem contra um inimigo comum, o Kuomintang. Em Hopei as tropas japonesas mobilizam 50 mil homens.

No Palácio Celestial de Pekin as tropas japonesas permanecerão estacionadas. São cerca de 3 mil homens que entraram na cidade, mas sem música, marchas ou a recepção da população chinesa que permaneceu em suas residências, com uma atmosfera de hostilidade. Aviões jogaram folhetos sobre a cidade garantindo que a função das tropas seria "garantir a paz e a ordem". Japoneses receberam as tropas nas portas da cidade.

Noticia-se que civis chineses mortos já chegam a perto de uma dezena de milhares de pessoas.

Já foram ocupados Chahar, suYuan, Chansi (região norte), quase a totalidade das províncias chinesas ao norte do Rio Amarelo.

Na Região Norte da China, em questão, o general Pai-Chunh-Hsi enviará as tropas de FutChungMan e LiuMing a CoiNanKo e o general FengChiang a ChangSinTien, onde um ataque decisivo será lançado contra as tropas japonesas. Mesmo generais dissidentes de Nankin estão sendo chamadas para a luta da nação chinesa contra um inimigo comum, o invasor japonês. As tropas disponíveis ao governo chinês chegam a 200 mil homens.

O Exército e a Marinha japonesa consideram as negociações perpetradas com Nankin como inúteis, enquanto o ministro da Guerra Sugiyama considera infrutíferos os esforços do embaixador Kawagoe em Nankin.

O Conselho de Ministros japonês se reúne a partir de ontem de forma diária face à gravidade da crise da questão chinesa.

Houve um incidente no aeródromo de Hung-Tau matou um militar japonês e feriu outro. Há baixas também no lado chinês.


As informações são graves e preocupantes. A guerra não declarada começou.